domingo, 25 de julho de 2010

Governo restringe atividades profissionais para jovens

O governo baixou um decreto proibindo trabalhos que considera perigosos ou insalubres para menores de 18 anos. Os jovens, os protegidos pelo decreto, acham que vão perder empregos.

A rotina é pesada desde muito cedo. Segundo o IBGE, 410 mil adolescentes trabalham como domésticas. A recifense Adriele, de 16 anos, começou aos 12. Ao proibir, o governo argumentou que a atividade pode ser prejudicial à saúde e ao desenvolvimento. Agora, Adriele não sabe o que vai fazer.
"Trabalho para ajudar minha mãe, meus irmãos em casa porque a gente passa muita dificuldade e a gente tem que trabalhar. Eu queria continuar pra ajudar minha mãe e meus irmãos. Eu acho que está bom demais", fala Adriele Oliveira, empregada doméstica. O decreto também afeta em cheio o dia a dia dos office-boys. Menores de 18 anos não podem mais transportar dinheiro, por exemplo. No coração financeiro da cidade, onde há uma grande concentração de mensageiros e contínuos, a decisão não foi comemorada.No caso dos office-boys, o governo diz que há risco de assaltos e acidentes. Mas muitos adolescentes não têm opção: precisam ganhar dinheiro.“Pra ajudar a família e o ano que vem pra fazer faculdade. A gente corre o risco de ser mandado embora”, diz Josué da Conceição Coimbra, office-boy, 17 anos.Uma advogada trabalhista afirma que os jovens têm razão. Ela ainda chama atenção para outro perigo. “O que faz mal é não deixar o jovem ingressar no mercado de trabalho, aprender a trabalhar, e deixar o jovem exposto às drogas e a violência que está aí nas ruas”, declara Sonia Mascaro, advogada trabalhista. O Ministério do Trabalho não vê motivo para tanta reclamação, e aponta alternativas para que os adolescentes se mantenham no mercado. “Esses adolescentes tem outras possibilidades, como procurar o sistema nacional do emprego, o Sines, para ver onde eles podem ser inseridos. Procurar a questão da aprendizagem, que a aprendizagem pode ser feita nessa faixa etária em diversas outras atividades econômicas e não exigem experiências”, orienta Leonardo Soares, diretor de fiscalização do Ministério do Trabalho.

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